A Voz do Coração. 2001

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A Voz do Coração. 2001

 

Virgínia Rosa lança CD A Voz do Coração, gravado ao vivo em São Paulo

Considerada uma das melhores intérpretes da música brasileira, Virgínia também é responsável pela produção musical do novo disco, ao lado do músico Dino Barioni

A cantora Virgínia Rosa está lançado o segundo disco, A Voz do Coração www.luadiscos.com.br. Trabalho de nosoridade marcante, o CD apresenta um repertório diverso e mostra Virgínia surpreendendo a cada canção, consolidando de vez sua presença no time das grandes intérpretes brasileiras. Tem desde um samba de Elton Medeiros e um baião de Luiz Gonzaga até o pop de Herbert Vianna e Celso Fonseca, além da música Vão de Dano Ozzetti, defendida, sob aplausos, por Virgínia no Festival da Música Brasileira (TV Globo – 2000). Apresenta também “clássicos” de Thomas Roth e Gilberto Gil.

Virgínia é uma cantora com raízes fincadas na cultura popular, que se iniciou profissionalmente na banda Isca de Polícia, de Itamar Assumpção. Mais tarde, à frente da banda Mexe Com Tudo, com a qual excursionou pela Europa, consolidou sua carreira em São Paulo, apresentando-se em shows ao lado de Zizi Possi, Zezé Motta, Ney Matogrosso e Chico César e de grandes instrumentistas como Toninho Ferragutti, Paulo Belinatti, Wagner Tiso e Amilson Godoy. Seu primeiro disco, Batuque, lançado em 1997, foi muito bem recebido pela crítica. resultado da gravação ao vivo do show de mesmo nome, realizado em 2000, no teatro Crowne Plaza (São Paulo), o CD A Voz do Coração é a demonstração da maturidade artística da intérprete que consegue dar unidade e sofisticação a um repertório vasto e ousado.

Virgínia apresenta-se acompanhada, na maioria das faixas, apenas pelo instrumentista Dino Barioni (violões, guitarra, viola caipira e bandolim) e em outras tocam o guitarrista Mário Manga e o percussionista Ari Collares. A Produção musical é da própria Virgínia e Dino, e o projeto gráfico de Gal Oppido.

 
 

Artista:
Virgínia Rosa – CD A Voz do Coração
Produção Musical:
Virgínia Rosa e Dino Barioni
Gravadora:
Lua Discos www.luadiscos.com.br
Direção Geral:
Thomas Roth
Direção Artística:
Zé Luiz Soares

Distribuição:
MCD-WORLD MUSIC
(0/xx/11)3257 9744
mcd@mcd.com.br
Informações à impresa:
(0/xx/11)5573 9423 – 3887 7430
e-mail:
tamborescom@uol.com.br

 
 

Quero

Quero ver o sol atrás do muro
Quero um refúgio que seja seguro
Uma nuvem branca sem pó, nem fumaça
Quero um mundo feito sem porta ou vidraça
Quero uma estrada que leve à verdade
Quero a floresta em lugar da cidade
Uma estrela pura de ar respirável
Quero um lago limpo de água potável

Quero voar de mãos dadas com você
Ganhar o espaço em bolhas de sabão
Escorregar pelas cachoeiras
Pintar o mundo de arco-íris

Quero rodas nas asas do girassol
Fazer cristais com gotas de orvalho
Cobrir de flores campos de aço
Beijar de leve a face da lua


Violão aço: Dino Barioni
Guitarra: Mário Manga

Beleza Brutal

Sumiu no mapa e não deixou
mensagem nem deu
Seu endereço virtual
Nenhum veneno tem o mesmo efeito
pra mim
Que tem sua beleza brutal

Quanto de nós ainda vive em você?
Quantos verões eu vou ficar sem te ver?

Quantos pensamentos cabem na
solidão?
Mas você não tá nem aí
Quando um movimento pára o meu
coração
Eu paro pra lhe ver aqui

Quanto de nós ainda vive em você?
Quantos verões eu vou ficar sem te ver?

Entrou na minha vida ali naquela manhã
Fotografia no jornal
Nenhum veneno tem o mesmo efeito
pra mim
Que tem sua beleza brutal


Violão caipira: Dino Barioni
Guitarra: Mário Manga

Folhas no Ar

Vou buscar aquilo que foi meu
E que no mundo se perdeu
Qual folhas que o vento soltou no ar
Ter a mesma paz de antigamente
Sair cantando por cantar
Qualquer canção sob qualquer luar
Vou buscar aquele amor tão meu
Sair andando a perguntar
Qual o caminho por onde ele foi
E por onde for irei também
Até o coração achar
Que simplesmente não achou
E aí então vou entender
Que ao buscar eu me perdi
De tudo aquilo que eu sou


Bandolim e caixa de fósforo: Dino Barioni

Pressentimento

Ai ardido peito
Quem irá entender o seu segredo
Quem irá pousar em teu destino
E depois morrer de teu amor
Ai mas quem virá
Me pergunto a toda hora
E a resposta é o silêncio
Que atravessa a madrugada
Vem meu novo amor
Vou deixar a casa aberta
Já escuto os teus passos
Procurando o meu abrigo
Vem que o sol raiou
Os jardins estão florindo
Tudo faz pressentimento
Que este é o tempo ansiado
De se ter felicidade

Samba da Pessoa que Quer Ser Feliz

A pessoa que quer ser feliz
Que quer e que sempre quis
Merece
Que os deuses escutem sua prece
Até o que nunca acontece
Aconteça

Que a longa noite amanheça
Que a felicidade apareça
Na forma disforme da luz
E amor que é ausência
E razão de sofrer
Transforme-se em bem-querer
Então esse bem-querer cresça

Cresça como a flor
Cresce no mangue em meio ao
Manguezal / manguetown
Cresça e fique imenso querer bem
Até que essa pessoa esqueça o mal

Até a Lua

Eu já falei com os olhos
Que te amo
E você não ouviu
Eu já falei com as mãos
Que te quero
E você não sentiu

Mas eu fui até a lua
Pra poder te convencer
E acabei conquistando a lua
Só não conquistei você


Guitarra acústica e Guitar sintethyzer: Dino Barioni
Guitarra: Mário Manga
Percussão: Ari Colares

Qui nem Jiló

Se a gente lembra só por lembrar
O amor que a gente um dia perdeu
Saudade inté que assim é bom
Pro cabra se convencer
Que é feliz sem saber
Pois não sofreu

Porém se a gente vive a sonhar
Com alguém que se deseja rever
Saudade, entonce, aí é ruim
Eu tiro isso por mim,
Que vivo doido a sofrer

Ai quem me dera voltar
Pros braços do meu xodó
Saudade assim faz roer
E amarga qui nem jiló
Mas ninguém pode dizer
Que me viu triste a chorar
Saudade, o meu remédio é cantar
Saudade, o meu remédio é cantar


Guitarra Acústica: Dino Barioni
Kalimba: Ari Colares

A Voz do Coração

Quem poderá em vão calar
A voz do coração ?
Se o amor quiser partir
Num dia de manhã
Sem avisar

A voz me dita o que fazer
Tingir de outra cor
A cor da solidão
Fazer dessa manhã amor em paz

Meu mundo não caiu
Preciso lhe falar
Eu gosto de você demais

Preciso lhe dizer
De todo coração
A falta que você me faz

Quem poderá em vão calar
Meu coração

Quase um Segundo

Eu queria ver no escuro do mundo
Onde está tudo que você quer
Pra me transformar no que te agrada
No que me faça ver

Quais são as cores
E as coisas pra te prender
Eu tive um sonho ruim
E acordei chorando
Por isso eu te liguei

Será que você ainda pensa em mim
Será que você ainda pensa
Às vezes te odeio por quase um
Segundo
Depois te amo mais
Teus pêlos teu gosto, teu rosto, tudo
Que não me deixa em paz

Quais são as cores
E as coisas pra te prender
Eu tive um sonho ruim
E acordei chorando
Por isso eu te liguei


Guitarra Acústica e Guitar Sintethyzer: Dino Barioni
Percussão: Ari Colares

Mãe Preta

Velha encarquilhada
Carapinha branca
Gandola de renda
Caindo na anca
Embalando o berço
Do filho do sinhô
Que há pouco tempo
A sinhá ganhou
Era assim que mãe preta fazia
Criava todo branco
Com muita alegria
Enquanto na senzala
Seu bem apanhava
Mãe preta mais uma lágrima enxugava
Mãe preta, mãe preta,
Mãe preta, mãe preta
Enquanto a chibata
Batia em seu amor
Mãe preta embalava
O filho branco do sinhô

São João Da-ra-rão

São joão da-ra-rão tem uma
Gaita-ra-rai-ta,
Quando toco-ró-ró-ca bate nela
Todos os anjo-ró-ran-jos tocam
Gaita-ra-rai-ta
Tocam tanto-ra-ran-to aqui na terra.

Lá no cente-re-rento da aveni-di-ri-ri-da
Tem xaró-po-ró-ró pe escorregou
Agarrou-sô-rô-rou-se em meu
Vesti-di-ri-ri-do,
Deu uma pré-gue-ré-ré-ga e me deixou.

Maria tu vai ao baile,
Tu leva o xale,
Que vai chover
E depois, de madrugada; ai ! ai !
Toda molhada, ai! ai! tu vai morrer

Maria tu vai casares,
Eu vou te dares os parabéns,
Vou te dares uma prenda: ai! ai!
Saia de renda, ai! ai!
E dois vinténs, ai! ai! ai!

São joão la la la la…


Violão caipira: Dino Barioni

A balada do Cachorro Louco

Eu não alimento nada duvidoso
Eu não dou de comer a cachorro raivoso
Eu não morro de raiva
Eu não mordo no nervo dormente

Eu posso até não achar o seu coração
E talvez esquecer o porquê da missão
Que me faz nessa hora aqui presente
E se a minha balada na hora h
Atirar para o alvo cegamente
Ela é pontiaguda
Ela tem direção
Ela fere rente
Ela é surda, ela é muda
A minha bala, ela fere rente

Eu não alimento nenhuma ilusão
Eu não sou como o meu semelhante
Eu não quero entender
Não preciso entender sua mente
Sou somente uma alma em tentação
Em rota de colisão
Deslocada, estranha e aqui presente

E se a minha balada na hora então
Errar o alvo na minha frente
Ela é cega, ela é burra
Ela é explosão
Ela fere rente
Ela vai, ela fica
A minha bala ela fere rente


Viola Caipira e efeitos: Dino Barioni
Percussão e efeitos: Ari Colares

Pra Quê

Pra que chorar
Pra que mentir
Pra que morgar
Pra que fugir

Só queria que todos
Tivessem comida
Tivessem oportunidade
Tivessem guarida
Não precisassem rezar
Pedindo melhores dias
Reclamando migalhas
Vivendo só de agonia

Pra que chorar
Pra que mentir
Pra que morgar
Pra que fugir

Já que tão poucos
Põem o rei na barriga
Gritando guerras e leis
Forjando a morte da vida
Já que nem eu
Nem o diabo tem pressa
De pouco vale a conversa
Só encarando essa briga


Violão Nylon: Dino Barioni
Guitarra: Mário Manga
Percussão: Ari Colares

Pessoa Nefasta

Tu, pessoa nefasta
Vê se afasta teu mal,
Teu astral que se arrasta tão baixo no
Chão
Tu, pessoa nefasta
Tens a aura da besta
Essa alma bissexta
Essa cara de cão
Reza,
Chama pelo teu guia,
Ganha fé, sai a pé, anda até a bahia
Cai aos pés do senhor do bonfim
Dobra
Teus joelhos cem vezes
Faz as pazes com os deuses
Carrega contigo uma figa de puro marfim
Pede
Que te façam propícia
Que retirem a cobiça, a preguiça, a
Malícia
A polícia de cima de ti
Basta
Ver-te em teu mundo interno
Pra sacar teu inferno
Teu inferno é aqui
Tu, pessoa nefasta
Gasta um dia da vida
Tratando a ferida do teu coração
Tu, pessoa nefasta
Faz o espírito obeso correr
Perder peso, suar, ficar são
Solta
Com a alma no espaço
Vagarás, vagarás, te tornarás bagaço
Pedaço de tábua no mar
Dia
Após dia boiando
Acabarás perdendo a ansiedade, a
Saudade,
A vontade de ser e de estar
Livre
Das dentadas do mundo
Já não terás, no fundo,
Desejo profundo por nada que não seja
Bom
Não mais
Que um pedaço de tábua
A boiar sobre as águas
Sem destino nenhum


Violão de Aço: Dino Barioni

 
 

Em Breve

 

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